As trocas comerciais entre o Brasil e os EUA em 2022 atingiram o patamar histórico de US$ 88,7 bilhões. Análise inédita do Monitor de Comércio Brasil-EUA da Câmara de Comércio Americana (Amcham) indica que o valor superou em US$ 18,2 bilhões (25,8%) o recorde anterior estabelecido em 2021.
O relatório, lançado hoje, aponta a ocorrência de valores recordes nas exportações e nas importações brasileiras em relação aos EUA, com crescimento em grande parte dos produtos mais importantes da pauta.
“Os resultados sem precedentes em todos os principais indicadores do comércio bilateral revelam o momento de forte dinamismo das relações econômicas entre os dois países, bem como o aumento da relevância dos EUA para o comércio exterior brasileiro”, afirma Abrão Neto, novo CEO da Amcham Brasil, entidade que reúne cerca de 4 mil empresas.
O Monitor mostra que o comércio bilateral teve desempenho acima da média do comércio exterior brasileiro. O crescimento das exportações do Brasil para o mundo foi de 19,3% enquanto para os EUA foi de 20,2%. Já o aumento das importações totais brasileiras foi de 24,3% enquanto o das compras vindas dos EUA foi de 30,3%. Com isso, a participação norte-americana na corrente do Brasil subiu para 14,6%, atingindo o nível mais elevado desde o início da pandemia.
“Para 2023, projetamos uma certa estabilidade nos fluxos bilaterais, com valores próximos aos recordes do ano passado. Há oportunidades importantes para ambos os países, como na economia verde e cadeias de suprimentos. No entanto, será essencial acompanhar a evolução do cenário econômico e geopolítico mundial, que segue volúvel e poderá mudar essas expectativas”, complementa Abrão Neto.
Em 2022, as importações brasileiras de origem norte-americana alcançaram o recorde de US$ 51,3 bilhões, incremento de 30,3% sobre o ano anterior. O aumento médio dos preços de 35,6% explica em grande parte esse crescimento, sobretudo para fertilizantes, combustíveis e carvão.
Por sua vez, as exportações do Brasil para os EUA saltaram 20,2% em relação a 2021, atingindo o valor inédito de US$ 37,4 bilhões, puxado tanto pelo aumento de preços como pelo crescimento do volume das exportações, que ocorreu em 7 dos 10 principais itens embarcados para os EUA.
Apesar do valor histórico da corrente bilateral, o Brasil acumulou um saldo negativo também sem precedentes de US$ 13,9 bilhões, quase 70% maior que em 2021.
Fonte: Monitor Mercantil