Marcon Logística Portuária

Novo marco legal do câmbio facilitará adesão do Brasil à OCDE, diz CNI

novo marco legal para o mercado de câmbio, aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados, facilitará a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as economias mais industrializadas do planeta. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou estudo com o impacto da medida sobre a movimentação de capitais, o comércio de serviços e os investimentos estrangeiros no país.

O projeto de lei, que depende de votação no Senado e sanção presidencial, simplifica e agiliza as operações internacionais, além de dar sequência à agenda do Banco Central de modernização do sistema financeiro nacional. De acordo com a CNI, o novo marco regulatório do câmbio facilita a adesão do Brasil a dois códigos de liberalização, que são requisitos para o ingresso na OCDE.

O primeiro código diz respeito à liberalização de movimento de capitais, com a derrubada de restrições à movimentação de dinheiro entre residentes e não residentes. O segundo relaciona-se à liberalização de operações correntes de serviços intangíveis (que não existem fisicamente), como serviços bancários, financeiros e de seguros.

De acordo com a CNI, o novo marco legal do câmbio trará mudanças importantes, como a retirada de restrições para as empresas usarem as receitas de exportação no exterior e a redução da burocracia para que as fintechs (tipo de banco digital) ofereçam o serviço de transferência de pequenos valores do exterior para o Brasil e vice-versa. Essas mudanças, avalia a entidade, ajudarão o Brasil a aderir às normas da OCDE.

Segundo levantamento da CNI, desde a década de 1960, os países que aderiram aos códigos da OCDE reduziram barreiras ao movimento de capitais e de serviços. Apesar de o processo não ter sido linear, com avanços e retrocessos, os governos que adotaram as normas da organização caminharam em direção à abertura econômica, ao ingresso de investimentos estrangeiros e à melhoria no ambiente de negócios.

Comparações

O estudo da CNI compilou dados da OCDE para medir as restrições regulatórias econômicas entre os países. Em 2018, o Brasil tinha um índice de restrição regulatória ao Investimento Estrangeiro Direto (IED) de 0,087, acima da média dos países da organização, de 0,065.

O levantamento também mediu as restrições no comércio de serviços. De 22 tipos de serviços analisados, somente em um setor, o de serviços legais, o Brasil tem restrições menores que a média da OCDE. As maiores diferenças entre o Brasil e os países da OCDE foram observadas em cinco setores: correios, serviços de transmissão de energia e de dados, bancos comerciais, seguros e transporte aéreo.

A CNI dividiu as medidas que restringem o comércio internacional de serviços em cinco categorias: restrições à entrada, restrições à movimentação de pessoas, barreiras à concorrência, falta de transparência regulatória e outras medidas discriminatórias.

Aderência

Apesar dos gargalos no comércio de serviços e na movimentação de capitais, o levantamento da CNI mostra que o Brasil é o candidato a entrar na OCDE com maior aderência às normas do grupo. De um total de 248 instrumentos da OCDE em todas as áreas, o Brasil aderiu a 96, o que corresponde a uma taxa de 38% de convergência. Argentina (19%), Romênia (17%), Peru (17%), Croácia (10%) e Bulgária (7%) apresentam índices menores que o do Brasil.

Desde 2017, o Brasil negocia a adesão aos códigos de liberalização do movimento de capitais e de operações correntes intangíveis. O país aderiu a outras duas normas da OCDE: a Declaração sobre Investimento Internacional e Empresas Multinacionais e à Convenção sobre o Combate ao Suborno. Segundo a CNI, essas quatro normas representam o “núcleo duro” das obrigações que o Brasil tem de cumprir para fazer parte da organização internacional.

 

Fonte: Agência Brasil

}

02.26.2021

Em Destaque

Relacionados

Coninter debate internacionalização, sucessão e competitividade

O Conselho de Negócios e Relações Internacionais (CONINTER-RI) promoveu na manhã da quarta-feira (10) uma mesa-redonda com o tema “Internacionalização, sucessão e competitividade”, retomando definitivamente a sua grade de atividades. A mesa contou com palestras do...

Quer saber mais?

Entre em Contato

Siga a Marcon

Mercado & Novidades

Últimas Notícias

maio 01 2024

Brasil amplia relações comerciais com a China e importações crescem 13%

O comércio entre Brasil e China está em constante ascensão, revelando um cenário de oportunidades e progresso mútuo. Segundo dados do Ministério do...
abr 30 2024

Camex estabelece cota de importação para 11 produtos de aço

Nos próximos 30 dias, 11 produtos de aço importados passarão a ser submetidos a cotas de importações. Caso o volume máximo seja superado, eles...
abr 29 2024

Porto de Paranaguá bate recorde de movimentação em 24h

Em 24 horas, mais de 146 mil toneladas de soja foram movimentadas no Corredor de Exportação Leste do Porto de Paranaguá. O recorde alcançado entre...
abr 26 2024

China recebe 91,8% da exportação de soja movimentada no Porto de Paranaguá

A China é o principal destino das cargas de soja movimentadas no Porto de Paranaguá, representando 91,8% da commodity. Segundo dados do governo...
abr 25 2024

Coninter debate internacionalização, sucessão e competitividade

O Conselho de Negócios e Relações Internacionais (CONINTER-RI) promoveu na manhã da quarta-feira (10) uma mesa-redonda com o tema...
abr 24 2024

G20 fica com 78% que o Brasil exporta

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2023, as...
abr 23 2024

FMI projeta crescimento de 3,2% do PIB mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta crescimento de 3,2% para o Produto Interno Bruto (PIB)mundial, tanto em 2024 como em 2025. O...
abr 22 2024

Em março, Portos do Paraná registra oitavo mês de recordes

Os portos paranaenses alcançaram mais um recorde este mês. Com 5.968.934 toneladas movimentadas, março cresceu 11% em comparação ao mesmo mês no ano...
abr 19 2024

Brasil pode chegar a US$ 1 tri de comércio exterior em 10 anos

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira (12), que é possível o Brasil chegar a US$ 1 trilhão de fluxo de...
abr 18 2024

Empresas no Paraná garantem R$ 468 milhões do BNDES para exportação

Empresas no Paraná realizaram quatro operações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento de exportações...

Quem acredita na Marcon

Nossos Clientes