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A força da indústria do Paraná: recorde histórico no comércio exterior

Produção industrial diversificada, relacionamento estratégico com novos mercados, qualidade dos produtos, investimento em tecnologia e inovação em infraestrutura logística são alguns dos fatores que fazem o Paraná crescer nas atividades de comércio exterior. Em 2022, a força da indústria alcançou novos patamares e a produção paranaense tornou o estado o sexto principal exportador do país e o quarto importador, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que demonstram a sua valorização nas negociações internacionais.

A tendência de crescimento continua forte neste ano. Já no primeiro trimestre, o Paraná subiu para o quinto estado que mais exportou, ultrapassando o Rio Grande do Sul. No primeiro semestre de 2023, as exportações somaram US$ 12,2 bilhões, um crescimento de 14,2% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Esse é o melhor resultado para o período na história do estado.

Em Cruzeiro do Oeste, no Noroeste, tem origem parte da carne bovina que chega até a China, com nível máximo de qualidade; Peças automotivas produzidas em Curitiba e Região Metropolitana, reconhecidas mundialmente pela excelência, chegam a Argentina; Dos Campos Gerais, madeiras e derivados, de alto padrão atestado, seguem rumo aos Estados Unidos. Esses são apenas alguns exemplos da importância da indústria paranaense para o mundo, que chegou a 212 países apenas no ano passado.

Os números confirmam a relevância do que é fabricado no Paraná. O analista de Assessoria Econômica e de Crédito da Fiep, Evânio Felippe, explica que o aumento no valor das exportações e o volume da produção têm contribuído de forma positiva para a geração dos bons resultados.

“Ao analisar as atividades de importação e de exportação neste ano, temos um saldo muito positivo. No saldo comercial acumulado deste ano, são mais de US$ 3 bilhões, o que significa mais dinheiro circulando no estado e estímulo às atividades produtivas, contribuindo para uma maior competitividade do setor industrial e de toda a economia”.

Em relação às importações, que movimentaram US$ 9,03 bilhões nos seis primeiros meses, o resultado foi 15% menor na comparação com o mesmo período de 2022. Essa queda também pode ser explicada pela necessidade anterior de compras em grande volume para abastecimento de estoque, como de agroquímicos e combustíveis, para se antecipar a questões geopolíticas e gargalos logísticos da cadeia global.

Outra possibilidade é que parte da indústria tem procurado comprar no mercado nacional, que busca se reinventar, produzir novas soluções para reduzir a dependência do mercado externo e aplicar mudanças de estratégia com foco em novas oportunidades, como fez o setor automotivo do Paraná em 2022, por exemplo, ao se fortalecer ainda mais frente às cadeias de fornecimento globais.

Potências da indústria

O agronegócio impulsionou o bom resultado da indústria paranaense no mercado internacional. Como explica o gerente de Desenvolvimento Técnico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, 75% dos resultados das vendas paranaenses de 2023 para o mercado externo são do agro.

“Tivemos uma safra recorde de soja neste ano, a maior da história do estado, de mais de 22 milhões de toneladas, o que também explica o aumento das exportações. O volume recorde é 82% superior ao do ciclo 2021/2022, desempenho que se deve especialmente às condições climáticas favoráveis, após o ano anterior de estiagem”, explica Flávio Turra.

Além do impulso da soja, a safra de milho teve excedente e a exportação de carne, principalmente de frango, para países asiáticos se destacou. Nesse cenário, as expectativas para o segundo semestre do agronegócio paranaense são de um desempenho ainda superior ao primeiro, já que a safra recorde de soja apenas começou a ser exportada e ainda seguirá até o fim deste ano, além do incremento das vendas da proteína animal, que seguem em alta e com boas novas negociações em andamento.

Rogério Trannin de Mello, diretor comercial da Coamo Agroindustrial Cooperativa (Coamo) comenta que a safra recorde fez com que apenas no primeiro semestre do ano, as vendas para o exterior da cooperativa superassem todo o ano anterior. O principal produto em volume é a soja, mas houve bons resultados na exportação dos derivados, como óleo refinado, além do milho e do trigo, que também são destaques.

Ele explica que esse crescimento que se reflete nos números é resultado de um intenso trabalho para garantir a qualidade de tudo que é produzido, algo seguido com rígidos critérios de controle, e de acordo com as exigências de todos os mercados com os quais negociam.

“O mercado exige mais do que um contrato de ‘soja ou milho de origem brasileira’. Cada vez mais, há a necessidade de agregar qualidade e se adequar ao que os compradores têm adotado, como critérios como rastreabilidade, índice de proteína e uso de produtos químicos. Existe um compromisso com a saudabilidade, pois estamos tratando de alimentos. Quem produz tem que se preocupar com tudo isso”, reforça Rogério.

Em um cenário de boas perspectivas, o diretor lembra ainda da importância de investir em infraestrutura logística para que o aumento da produção, como tem acontecido, tenha sucesso em todo o processo, até chegar aos seus destinos finais.

Além da agroindústria, outros setores também se destacaram. Segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) as vendas do setor automotivo somaram US$ 977 milhões para o exterior, um aumento de 20,5%, enquanto máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos diversos também tiveram um crescimento, de 20,4%, totalizando US$ 82 milhões.

Negociações do Paraná com outros países

A China é o principal parceiro comercial do Paraná, tanto em relação às importações quanto às exportações. O país importou US$ 3,2 bilhões do Paraná no primeiro semestre do ano, um crescimento de 52,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Veja, pela ordem, os principais destinos das exportações paranaenses e o crescimento na comparação com o mesmo período do ano anterior:

1º China (52,9%)
2º Argentina (46,5%)
3º Estados Unidos (-22,3%)
4º México (47,3%)
5º Índia (-2,0%)

Principais fornecedores de mercadorias e serviços (importação):

1º China (-28,3%)
2º Estados Unidos (-32,9%)
3º Rússia (49,3%)
4º Argentina (48,9%)
5º Alemanha (4,9%)

Fonte: Secex/MDIC

Impactos do câmbio

No último ano, a taxa de câmbio do real apresentava uma trajetória de depreciação, o que significa que o valor da moeda brasileira estava mais barato em relação ao dólar. No entanto, no momento há um movimento de apreciação do real em relação às moedas internacionais, como o dólar e o euro.

Em junho, a taxa média cambial do país foi de R$ 4,85 por dólar (para venda), representando uma apreciação da moeda brasileira de 2,6% em comparação com o mês anterior, e uma apreciação de 3,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O euro também seguiu a mesma tendência: em comparação com o mês anterior, a moeda europeia se desvalorizou em 2,7% frente à brasileira, e apresentou uma queda de 1,4% em relação a junho do ano anterior.

Como reforça Evânio Felippe, esses movimentos cambiais podem impactar o comércio exterior e influenciar as atividades de importação e de exportação. Por isso, requerem atenção e acompanhamento.

Quais as expectativas para o segundo semestre?

Os resultados da atividade de comércio exterior dependerão do dinamismo da economia mundial. É preciso considerar tendências do comércio internacional para compreender de forma completa o cenário econômico atual e seus possíveis impactos na região. Para o ano de 2023, as projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam uma expectativa de menor crescimento da economia global em comparação ao ano anterior.

Segundo o relatório da OCDE, estima-se um crescimento real do PIB mundial de 2,7%, com taxas de crescimento de 2,8% para os países do G20 e 1,4% para os países membros da OCDE. Nesse cenário, as estimativas de crescimento do comércio mundial também são moderadas, prevendo-se um aumento de apenas 1,6% em 2023, enquanto o crescimento do ano anterior foi de 5,0%.

Exportações: uma alternativa promissora para a indústria crescer

Conquistar novos mercados é uma alternativa atrativa para a competitividade das empresas, além de uma necessidade para a longevidade do setor, e pode fazer parte da rotina das empresas de qualquer porte e segmento. A velocidade e os resultados atingidos dependem de fatores como a experiência daquele negócio, estratégia de venda e economia interna e externa.

Além disso, a atividade de comércio exterior tem influência positiva sobre a industrial, como esclarece o especialista da Fiep, Evânio Felippe, já que à medida em que se consegue produzir e exportar, pode-se aumentar e fortalecer o nível de produção para abastecer os mercados interno e externo.

A Fiep oferece todo apoio aos empresários industriais que querem se inserir no mercado internacional por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN) do Sistema Fiep. Há à disposição consultorias, capacitações, trabalho conjunto de planejamento da atividade de comércio exterior, viagens estratégicas de estudo e negócios para a conquista de mercados e oportunidades, entre outras soluções, como a série de estudos de inteligência de mercado, com dados oficiais e análises criteriosas.

Passo a passo para as empresas que querem exportar em 2023

Segundo a Sondagem Industrial 2023, 56% dos empresários industrias paranaenses afirmaram que tinham a intenção de exportar neste ano. Com os bons resultados do período, há ainda mais incentivo à ideia. De forma geral, o CIN recomenda os seguintes passos, lembrando que pode haver alterações de acordo com a modalidade e segmento:

Preparação por meio de capacitações;

  1. Avaliação da capacidade produtiva;
  2. Análise do mercado-alvo;
  3. Escolha da melhor estratégia de entrada: venda direta, distribuidor, joint venture, entre outros;
  4. Adaptação do produto;
  5. Desenvolvimento de um plano de negócios para exportar;
  6. Aplicar o gerenciamento de riscos.

 

Fonte: G1 / Fiep

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07.26.2023

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