Pela primeira vez na história do comércio exterior brasileiro, o petróleo bruto superou a soja em grãos e tornou-se o principal produto exportado pelo Brasil, de acordo com dados da balança comercial do primeiro trimestre de 2020, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
Em novembro do ano passado, somando o óleo bruto e derivados, o petróleo figurou como o produto mais importante na pauta das exportações brasileiras. Nos três primeiros meses deste ano, isoladamente, o petróleo bruto passou a ocupar a posição de líder na pauta exportadora nacional.
A exemplo do que acontece em relação à soja e aos minérios de ferro, a China foi o destino principal das vendas externas brasileiras de petróleo, respondendo por 53,8% das exportações totais do país.
De janeiro a março, as exportações de petróleo totalizaram US$ 6,318 bilhões, com uma alta de 18,6% comparativamente com idêntico período de 2019. O item respondeu por 12,8% das exportações totais brasileiras e por 53,9% nos embarques da indústria extrativa nacional.
Além da China, o Brasil exportou petróleo para a Índia (US$ 529 milhões), Estados Unidos (US$ 428 milhões), Espanha (US$ 321 milhões) e Portugal (US$ 364 milhões).
O Rio de Janeiro respondeu por 84,1% das exportações nacionais, com uma receita de US$ 4,7 bilhões. Apenas outros dois estados –São Paulo e Espírito Santo- aparecem nas estatísticas da Secex como exportadores de petróleo: São Paulo (US$ 723 milhões) e Espírito Santo (US$ 163 milhões).
De janeiro a março, as exportações do Rio de Janeiro registraram uma alta de 17,5%, enquanto as vendas externas de São Paulo e do Espirito Santo tiveram uma queda de, respectivamente, 22,4% e 48,9% no primeiro trimestre do ano.
Apesar da alta de 18,6% apurada nos três primeiros meses do ano, a receita gerada pelas exportações de petróleo em 2020 deverão ficar muito aquém dos US$ 24,2 bilhões faturados pelo país em 2019 com as vendas externas da commodities, devido à forte queda nos preços internacionais do petróleo registrada desde o início da pandemia.
A receita obtida também poderá ser afetada pelo acordo fechado neste domingo (12) pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Rússia e outras nações produtoras, para reduzir a oferta global no volume recorde de 9,7 milhões de barris diários.
O corte, que representa 10% do fornecimento mundial, tem por objetivo segurar a queda dos preços do petróleo que resultou da diminuição da demanda, por causa da pandemia de coronavírus. A redução na produção poderá, por um lado, resultar no aumento da cotação da commodity no mercado internacional, mas também aumentar a pressão para que o Brasil reduza a sua produção, o que afetaria a receita obtida com a exportação do produto.
Fonte: Comex do Brasil